Suspeito de matar mulher em Campinas teria ‘problema com drogas’, diz parente da vítima de feminicídio

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Preso em flagrante pela morte de Dalila Mosciati, de 37
anos, levada com sinais de estrangulamento ao Hospital Samaritano, em Campinas
(SP), nesta quarta-feira (17), Eduardo Vieira Cintra foi definido como
“uma pessoa frustrada financeiramente, com problemas de instabilidade
emocional e uso abusivo de drogas” por um parente da vítima.

A prisão de Eduardo foi convertida em preventiva, informou o
Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).

O homem que era próximo de Dalila, mas preferiu não ser
identificado, disse que ela era o oposto de Eduardo, mas embora o marido
apresentasse alguns problemas, não sabia de qualquer episódio de violência
entre eles.

“Dalila era uma pessoa espetacular, uma pessoa
delicada, uma pessoa estabelecida, com bom emprego, bom salário, satisfeita com
o trabalho. Sempre elogiava, demonstrava felicidade, empolgação. Bem oposto do
Eduardo, alguém frustrado financeiramente, com falta de emprego”, disse.

“O Eduardo ele tinha algum problema, ali, de
instabilidade emocional, algumas crises, algum uso até abusivo de drogas, de
algum medicamento”, destacou, ressaltando que o assunto era
“blindado”, tratado exclusivamente entre o casal.

“Pareciam muito alinhados, era muito claro que eles se
amavam bastante, que eles cuidavam um do outro, que eles se protegiam, se
blindavam até sobre essa questão da instabilidade emocional do Eduardo. Eles
gostavam de tratar sobre isso somente entre eles”, afirmou.

 

O crime

Segundo o Departamento de Polícia Judiciária, o hospital
informou à PM que Dalila chegou ao local sem vida, levada pelo marido, e com
sinais de que o óbito teria ocorrido duas horas antes. Eduardo, ressaltou a
polícia, informou um endereço errado e saiu por aproximadamente 30 minutos,
antes de retornar ao local e mencionar que havia urinado nas calças.

Depois disso, o marido chegou a alegar que a mulher passou
mal, como se tivesse engasgado, e que ele bagunçou a casa após entrar em
desespero. Depois, segundo a polícia, o suspeito também contou que teria feito
massagem cardíaca, a mulher não reagiu, e arrastou ela ao carro para levá-la ao
hospital.

A família de Dalila espera um esclarecimento do caso por
parte da Polícia Civil, que registrou a ocorrência como feminicídio – o 10º na
região somente em 2023.

“Espero que a Polícia desvende, esclareça o que
aconteceu. Isso não vai resolver o problema, não vai trazer a Dalila de volta,
mas a gente precisa saber disso”, completou.

Trabalha em loja de chocolates

Dalila trabalhava como gerente de uma loja de chocolates
finos desde junho do ano passado. Segundo a Polícia Civil, ela faria
aniversário na próxima semana.

O perfil profissional de Dalila disponível em rede social
menciona também que ela era sócia-gerente em uma empresa que atua com estampas
de roupas, utilidades e decoração. Dalila era graduada em administração pela
PUC-Campinas e no início da carreira fez estágios em instituições públicas.

O corpo da vítima foi levado ao Instituto Médico Legal (IML)
para produção de laudos.

O caso foi registrado como feminicídio pela 1ª Delegacia de
Defesa da Mulher (DDM). Com isso, a região já totaliza pelo menos dez crimes
deste tipo desde janeiro deste ano.

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